Introdução
Imagina só: você está fazendo um passeio noturno no meio do mato aqui em Pindamonhangaba. Deus sabe lá por quê, mas eu diria até que você é o último aventureiro do século. Uma aura… quase divina. Só que não: é só burrice mesmo. Você continua andando e, por algum motivo, decide entrar ainda mais na floresta, enquanto coloca aquele seu phonkzão pra tocar. Aí vem o aviso: “low battery, pls carregue”. Pronto, seus fones morreram — agora terá que lidar com o pior de tudo: o silêncio da sua mente. Mentira, só com os sons da floresta… porque você é um imbecil.
(sons de assovio – pedidos de socorro) Aaaaah, meu bom samaritano! Um cavaleiro branco moderno! Você escuta uma voz infantil pedindo socorro e, claro, decide se enfiar ainda mais na mata. Agora está tão fundo que nem o Google Maps te acha. Sério, você já virou estatística do G1. Perdido, com medo e na penumbra da noite, você ouve passos. Até que surge um menino… ou um anão, sei lá, que porra é essa? Ele é todo torto, com as pernas viradas ao contrário e os cabelos em chamas.
Sim, meu amigo: você encontrou o fodendo serial killer das florestas brasileiras. Palmas para ele: o Curupira.
O Protetor da Natureza (ou só mais um fiscal surtado)
Pra entrar nas florestas, existem algumas regras básicas. Você podia ter perguntado pra sua avó, mas como eu sou legal, vou te contar: cigarro e cachaça. Isso mesmo.
O Curupira não é só o protetor da mata — ele também é praticamente o tiozão de boteco versão mística. Se você deixar uma oferenda na entrada da mata, beleza, ele finge que você não existe. Mas se não… parabéns: você acabou de virar bandeirante do século XVI. E olha, os bandeirantes não tiveram final feliz.
Tem relatos de caras que sumiam por dias e depois apareciam delirando, falando que um “menino flamejante” os fez andar em círculos até morrer de exaustão. Basicamente, o primeiro GPS com rota infinita.
Relatos Antigos (a parte que a escola não contou)
Até o padre José de Anchieta, lá em São Vicente, fez menção ao Curupira. Ele escreveu algo como: “é coisa sabida que há certos demônios que os índios chamam corupira; eles batem, machucam e matam.”
Traduzindo: europeu vê qualquer coisa diferente e já carimba como “demônio”.
E não foi só ele. Em 1584, Fernão Cardim também falou do Curupira. Depois, em 1663, Simão de Vasconcelos. Em 1797, João Daniel. Ou seja: durante séculos, esses padres não pararam de escrever sobre o mesmo moleque incendiário do mato. Se isso não é prova, é pelo menos um baita medo coletivo.
Mas, Multilaser… como eu me defendo?
Boa pergunta, meu jovem. Se você encontrar o Curupira, o manual de sobrevivência é simples: faça um nó em um cipó. Sim, é isso mesmo. Enquanto você amarra a planta, ele fica distraído tentando desatar.
Não pergunte como, não pergunte por quê. Funciona, e ponto. Agora… se você não tiver um cipó por perto, já era.
Moral da história: nunca confie em criança chorando no mato, nunca subestime o poder da cachaça e, principalmente, nunca dê uma de aventureiro em Pindamonhangaba.